LGPD: o que é e como funciona?

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma legislação brasileira que estabelece regras sobre a coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais, com o objetivo de proteger a privacidade dos indivíduos. Inspirada na GDPR (General Data Protection Regulation) da União Europeia, a LGPD foi sancionada em 14 de agosto de 2018 e entrou em vigor em setembro de 2020. Essa lei é um marco significativo para a proteção de dados no Brasil e visa proporcionar maior segurança e transparência no tratamento das informações pessoais.

A LGPD, ou Lei nº 13.709/2018, define dados pessoais como informações relacionadas a uma pessoa natural identificada ou identificável. Isso inclui desde nome, CPF, e-mail, até dados mais sensíveis, como informações de saúde, orientação sexual, crenças religiosas, entre outros. A lei estabelece que o tratamento desses dados só pode ser realizado em conformidade com uma das bases legais previstas, como o consentimento do titular, a execução de contratos, o cumprimento de obrigações legais, entre outras.

A LGPD funciona estabelecendo diretrizes claras sobre como os dados pessoais devem ser tratados por organizações, sejam elas públicas ou privadas. As principais características e requisitos da LGPD incluem:

  1. Bases Legais para o Tratamento de Dados: A LGPD define dez bases legais que legitimam o tratamento de dados pessoais. Entre elas estão o consentimento do titular, a necessidade para execução de contrato, o cumprimento de obrigação legal, proteção da vida, tutela da saúde, entre outras.
  2. Consentimento: O consentimento do titular dos dados deve ser dado de forma livre, informada e inequívoca. Ou seja, as empresas precisam ser claras e transparentes sobre a finalidade da coleta de dados e o titular deve concordar explicitamente com essa coleta.
  3. Direitos dos Titulares: A lei confere aos titulares dos dados uma série de direitos, como o acesso aos dados, correção de informações incorretas, exclusão de dados desnecessários ou excessivos, portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço, revogação do consentimento, entre outros.
  4. Transparência: As empresas devem fornecer informações claras sobre como os dados estão sendo usados. Isso inclui a identificação do controlador de dados, as finalidades do tratamento e com quem os dados podem ser compartilhados.
  5. Segurança: A LGPD exige que as empresas adotem medidas de segurança, técnicas e administrativas adequadas para proteger os dados pessoais contra acessos não autorizados, situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração ou qualquer forma de tratamento inadequado.
  6. Encarregado de Proteção de Dados (DPO): As organizações precisam nomear um Encarregado de Proteção de Dados, também conhecido como Data Protection Officer (DPO), que será o ponto de contato entre a empresa, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
  7. Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD): A ANPD é o órgão responsável por zelar pela proteção dos dados pessoais, além de fiscalizar e aplicar sanções às empresas que não cumprirem a LGPD. Ela também tem o papel de orientar as organizações sobre as melhores práticas de proteção de dados.
  8. Sanções: Em caso de descumprimento da LGPD, as empresas podem sofrer sanções que variam de advertências a multas significativas, que podem chegar a 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração, além de outras penalidades como a suspensão das atividades relacionadas ao tratamento de dados.

A implementação da LGPD exige das empresas uma revisão completa de suas práticas de coleta, armazenamento e tratamento de dados. É necessário que as organizações invistam em tecnologia, treinamento e processos para garantir a conformidade com a legislação. Isso pode incluir a atualização de políticas de privacidade, a implementação de novos sistemas de segurança e a realização de auditorias regulares para verificar a conformidade com a LGPD.

Para os consumidores, a LGPD representa um avanço significativo na proteção de sua privacidade e segurança. Com a LGPD, os titulares de dados ganham maior controle sobre suas informações pessoais, podendo exigir maior transparência das empresas e garantir que seus dados sejam tratados de forma segura e responsável. Mas, embora a LGPD tenha trazido avanços importantes, sua implementação ainda enfrenta desafios, como a necessidade de adaptação por parte das empresas e a efetividade das fiscalizações e penalidades aplicadas pela ANPD. No entanto, a lei representa um passo crucial para a modernização da proteção de dados no Brasil e alinha o país com as melhores práticas internacionais.

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